Diz a lenda que na tribo dos Tupiniquins havia um grande cacique chamado Peroibe. Sua valentia era conhecida e a sua terra era respeitada por todas as tribos ao redor. Um dia, quando Peroibe caçava com seus guerreiros, ao perseguirem um veado chegaram numa fonte de águas cristalinas. Como estavam cansados, em decorrência do esforço da caça, beberam a água do local e, de repente, o cansaço sumiu e o vigor se estabeleceu novamente nos corpos dos guerreiros. Retornaram para a aldeia, contando para a tribo a descoberta da fonte de água milagrosa. Foram as mulheres as que mais se serviram das águas da fonte, que as mantinham jovens e belas. Elas já eram famosas pela pele macia e sedosa, em conseqüência do uso da lama negra que espalhavam no corpo. Mas a descoberta da fonte fez com que as moças de outras tribos sonhassem com o uso da lama e da água milagrosa. Juréia, filha única do cacique Pogoça, da tribo dos Carijós da região de Igua, soube da descoberta e, ao pegar o caminho da praia de areia fina, chegou na região dos Tupiniquins, alcançou a fonte e mergulhou em suas águas. O cansaço sumiu e o corpo de Juréia vibrou ao sentir uma corrente de energia. Peroibe, que estava descansando na clareira a poucos metros da fonte, ouviu o barulho das águas e virou-se lentamente para a fonte. Viu o rosto e o corpo de Juréia emergir das águas e, como que enfeitiçado, ficou imóvel e atônico. Juréia olhou e viu a figura imóvel e extasiada de Peroibe. Pensando tratar-se de um deus saiu da água e desapareceu pela trilha nas matas. Peroibe imóvel, estava confuso sem saber se a imagem que via era real ou fantasia e ligeiro entrou na mata à procura de Juréia. Pogoça sentiu a falta da filha que há dias não dava sinal de vida. Quando ela apareceu quis saber onde teria ido. Sabendo da verdade, enfureceu-se e, com a ajuda dos pajés, enclausurou Juréia na caverna da Itabirapuã (pedra em pé redonda), para que ela pudesse ser vigiada. A porta de pedra fechou-se para sempre, por medo de que o deus que a filha havia visto, tentasse roubá-la. Peroibe em vão vasculhou todas as matas. Cansado e esgotado, entrou em tristeza profunda, negando-se a comer e a beber a água da fonte que os pajés lhe traziam. Os pajés reuniram-se em conselho, resolvendo evocar o deus sol para pedir ajuda. Este, atendendo ao pedido, transformou Peroibe em uma rocha, para que o deus tempo não o transformasse, até que sua amada voltasse novamente. Juréia, enclausurada, chorava e evocava a deusa lua, sua protetora, para que a ajudasse a reencontrar seu amado deus. Esta entristeceu-se e, cheia de compaixão, transformou-a em uma bola de fogo.Segundo a lenda em algumas noites Juréia sai de sua prisão, percorrendo os sambaquis em busca do seu amado. No dia em que o encontrar petrificado, o despertará do sono eterno com seu calor, então a porta do Pogoçá se abrirá, libertando-a para os dois se unirem. Nesse dia renascerá a raça perdida dos bravos Tupiniquins.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Mistério da porta e janela
Conhecido tambem como Pedra da Serpente, é um dos locais onde muitos relatam ter observado luzes e seres estranhos. Um conto indígena diz que ali existia uma gruta da qual saíam fumaça e fogo. Um dia, os deuses a fecharam, deixando na porta os contornos que lembram uma serpente.
Atualmente, há relatos no local de que, à noite, é vista uma pessoa loira de quase dois metros de altura, com cabelos muito longos, vestindo algo semelhante a um macacão prateado; outras vezes, usa uma túnica branca e, na altura do peito, um emblema de uma serpente. Ela se dirige à rocha, entra na mesma e desaparece.
Há relatos de aparições luminosas com forte brilho esbranquiçado que saem da Pedra, como citam algumas pessoas: a pedra parece ser um “portal”, e muitos sentem algo de estranho ao lado dela.
Atualmente, há relatos no local de que, à noite, é vista uma pessoa loira de quase dois metros de altura, com cabelos muito longos, vestindo algo semelhante a um macacão prateado; outras vezes, usa uma túnica branca e, na altura do peito, um emblema de uma serpente. Ela se dirige à rocha, entra na mesma e desaparece.
Há relatos de aparições luminosas com forte brilho esbranquiçado que saem da Pedra, como citam algumas pessoas: a pedra parece ser um “portal”, e muitos sentem algo de estranho ao lado dela.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Hefesto
Hefesto era o deus do fogo, dos metais e da metalurgia; patrono dos ferreiros,era representado normalmente como um ferreiro, e seus atributos eram o machado e a tenaz. Suas oficinas eram os vulcões, onde trabalhava auxiliado pelos ciclopes e por criadas de ouro "em tudo semelhantes a moças vivas". Era filho de Zeus e de Hera ou, em algumas versões, só de Hera, ela teria dado a luz a Hefesto através da partenogênese (refere-se ao crescimento e desenvolvimento de um embrião sem fertilização). Ao contrário dos demais deuses, belos e fisicamente perfeitos, era feio e coxo. Existe duas versões para sua deformidade. Em uma delas, tentou defender Hera durante uma das inúmeras discussões com Zeus e o pai dos deuses, encolerizado, agarrou-o pelo pé e atirou-o Olimpo abaixo. Hefesto caiu durante um dia inteiro e, ao se chocar com a ilha de Lemnos, ficou coxo para sempre. Na versão mais popular, sua mãe ficou tão assustada com sua deformidade que o jogou fora do Olimpo logo depois de nascer, para que os outros deuses não o vissem. Ele caiu no mar, mas foi salvo pela oceânide Eurínome e pela nereida Tétis, que mais tarde o criaram. Mais tarde, Hefesto se vingou de Hera enviando-lhe de presente um finíssimo trono de ouro com uma armadilha. Assim que a deusa se sentou, correntes a prenderam habilmente e ninguém conseguia quebrá-las, e somente Hefesto sabia desarmar a armadilha. Os deuses tiveram então que pedir a Dionisio que desse um jeito de trazer Hefesto de volta ao Olimpo. Dionisio não teve grandes dificuldades em embriagá-lo e convencê-lo; na verdade, ele realizou tão bem sua tarefa, que Hefesto teve de entrar na morada dos deuses montado em um burro... Mas soltou a mãe logo depois e assumiu seu lugar no Olimpo.
Foi então que Hera para reparar seus danos lhe deu a mão de Afrodite, Hefesto casou-se com Afrodite, no entanto, apesar da beleza de Afrodite ser muito grande, seu caráter não era. Afrodite sempre manteve um caso com o deus Ares, mas Hefesto tomou conhecimento da traição e preparou uma armadilha para os dois. Hefesto saiu de casa e Afrodite se encontrou com Ares em sua residência e na cama Hefesto tinha colocado uma rede com fios transparentes, foi então que os dois deitaram e ficaram amarrados na frente de todos os deuses passando humilhação. Hefesto foi responsável por fazer boa parte dos magníficos equipamentos dos deuses, e quase todo tipo de trabalho em metal dotado de poderes mágicos que aparece na mitologia grega é tido como tendo sido feito pelo deus; o elmo alado e as sandálias de Hermes, o peito de armas conhecido como égide a célebre cinta de Afrodite o cetro de Agamenon a armadura de Aquiles, os crotala de bronze de Héracles a carruagem de Hélios (bem como a sua própria), o ombro de Pélops , o arco e flecha de Eros.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Melampo
Melampo, filho de Amitáon, um dos eólios, era adivinho e efetuou uma das mais famosas curas da Mitologia. Melampo foi o primeiro mortal dotado de poderes proféticos. Em frente à sua casa havia um antigo carvalho que abrigava um ninho de serpentes. As velhas serpentes foram mortas pelos seus criados, mas Melampo resolveu cuidar dos filhotes, alimentandos-as cuidadosamente. Certo dia, enquanto dormia sob o carvalho, as serpentes lamberam as suas orelhas. Ao despertar, espantou-se porque podia entender a linguagem dos pássaros e também das criaturas rastejantes. Esse conhecimento dava- lhe a capacidade de prever os eventos futuros, e ele tornou-se um vidente de renome. Certa vez seus inimigos o capturaram e o puseram-no sob rigorosa prisão. No silêncio da noite, Melampo ouviu dois vermes da madeira conversando sobre o estado de putrefação do madeiramento do edifício, prevendo que o telhado cairia em breve. Ele revelou esse fato aos seus captores e ordenou-lhes que o deixassem sair, advirtindo-os que também se prevenissem. Eles obedeceram a Melampo, escapando à destruição: recompensaram-no e passaram a respeitá-lo. Melampo curou a impotência de Íficlos, filho do rei Fílaco, da Tessália, depois de descobrir o tratamento necessário pela conversa das aves. Curou também a loucura das prétides, filhas de Preto, rei de Tirinto.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Ápis
Ápis, era o touro negro que deveria ter um triângulo de pelo branco na testa, além de outras marcas específicas da mitologia egípcia venerado em Mênfis. Tinha nascido da luz de um relâmpago lançado por Ísis e simbolizava a fertilidade e a força.
O culto do touro era muito difundido nas civilizações da Antiguidade, como se pode verificar com o deus Baal. Ápis foi igualmente alvo de devoção pelos gregos e romanos.
Ao passar os vinte e cinco anos de idade era morto por afogamento e substituído por outro mais novo. Se morresse antes dessa idade era mumificado e enterrado em Sakkarah (necrópole das primeiras dinastias reais, perto do Cairo) com toda a pompa. O luto por este animal durava setenta dias, havendo cerimónias sem fim. Quando um novo boi tomava o lugar do antigo eram também grandiosas as festas em sua honra.
O seu comportamento era interpretado pelos sacerdotes e a certa altura começou a ser associado ao culto do deus Ptah, encarnando-o.
Os que visitavam o Egito eram atraídos por este animal, que era exposto aos curiosos durante um certo período de tempo todos os dias.
Posteriormente o boi encarnou outros deuses, como Osíris e Serápis (junção do deus Osíris com Ápis, dando o nome ao sítio onde se enterrava o animal, chamado Serapeion).
Representava-se este touro com um amuleto em forma de cobra na testa e com um círculo solar sobre a cabeça, entre os chifres.
O Oráculo de Ápis:em Mênfis, o sagrado Boi Ápis respondia aqueles que o consultavam pelo modo como aceitava ou recusava o que lhe era oferecido. Quando o boi rejeitava a comida da mão do consultante, esse era considerado um sinal desfavorável, e favorável quando aceitava.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Pomona
Na Mitologia Romana, Pomona é a deusa das frutas, dos jardins e dos pomares. Seu nome vem da palavra latina pomum, que se traduz como "fruto". É apresentada em figura de uma bela ninfa. A tesoura ou uma faca de poda é seu atributo. Ela é deusa unicamente romana, nunca identificada com qualquer homólogo grego, e é particularmente associada com o florescimento das árvores. Uma estátua de Pomona nua pode ser vista na fonte do Central Park , pouco antes do Plaza Hotel em Nova Iorque. As hamadríadas eram ninfas dos bosques e Pomona era uma delas, dedicava seu tempo a podar as plantas que cresciam excessivamente e a cortar os ramos que saíam de seus lugares, e também, para que suas plantas prediletas não ficassem secas, conduzia até elas a água através de canais. Essa atividade era sua meta e sua paixão, alem de mantê-la livre de tudo que Vênus a deusa do amor inspira. Temia habitantes da região e mantinha seu pomar fechado, não permitindo a entrada de homens. Os faunos e sátiros dariam tudo o que possuíam para conquistá-la. Assim também o faria o velho Silvano, aquele que parece mais jovem do que realmente é, e Pã, que usa uma coroa de folhas de pinheiro na cabeça. Vertuno, é o deus das estações, contudo, a amava mais que todos os outros, embora não tivesse mais sorte do que eles. Ele pode mudar a sua forma à vontade, podendo se transformar no que quiser. Por vezes, sob um disfarce, ele se aproximara de Pomona. Certa vez, apareceu com um cesto de trigo e o entregou a ela. Outrora, carregando uma escada, dava a impressão de que ia colher maçãs. Assim, conseguia aproximar-se de Pomona freqüentemente e alimentava a paixão com a sua presença. Certo dia, ele apareceu disfarçado de velha, com cabelos grisalhos e tendo um bastão na mão. Entrou no pomar da ninfa e admirou seus frutos. Sentou-se num banco e olhou para os ramos carregados de frutos que pendiam acima dela. Em frente, havia um olmo por cujo tronco subia uma parreira, carregada de uva. Elogiou a árvore e a vinha. Disse a Pomona que se a árvore ficasse só, sem a vinha lhe subindo o tronco, nada teria para atrair ou oferecer. E, igualmente, a vinha, se não se enroscasse em torno do olmo, estaria prostrada no chão. Em seguida perguntou por que não aproveitava a lição da árvore e da vinha e concordava em unir-se a alguém. Pomona disse que todos da região eram uns boçais. Vertuno, ainda em seu disfarce de velha, aconselhara a ela senão ele mesmo, dizendo que Vertuno não era uma divindade errante, e que nem se assemelhava a muitos que amam todas que têm ocasião de ver. Disse que ele é jovem e belo e tem o poder de assumir qualquer aspecto que deseje, e pode transformar-se exatamente naquilo que deseja. Além do mais, disse, ele ama as mesmas coisas que você, adora jardinagem e admira seu pomar. Disse ainda que os deuses castigam a crueldade e de que Vênus detesta os corações duros e vingar-se-á de tais ofensas, mais cedo ou mais tarde. Depois de dito isso, Vertuno livrou-se do disfarce de velha e se mostrou tal como era, um belo jovem. Ia renovar seus apelos, mas não houve necessidade; seus argumentos e seu próprio aspecto triunfaram e a ninfa já não mais resistiu, correspondendo-lhe com o mesmo ardor. Pomona foi também considerada a deusa dos frutos.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Dríope
Dríope, na mitologia grega era filha do rei Driops ou do rei Eurito. Foi violentada por Apolo, com quem teve o filho, Anfiso. Dríope era a mais belas das virgens da Ecália, mesmo tendo sido violentada por Apolo, se casou com Andraemon.
Um dia, ela caminhava com sua irmã Iole pela margem de um rio com a intenção de colher flores para tecer guirlandas para os altares das ninfas. Dríope levava o filho no colo e, enquanto caminhava, ela o amamentava. Quando chegou perto da água, Dríope viu muitas flores próximas de um lótus e colheu algumas. Iole ia fazer o mesmo, mas avistou sangue no lugar onde a irmã acabara de colher as flores. A planta era a ninfa Lótis, que, ao fugir de um perseguidor, fora metamorfoseada em planta. Dríope ficou horrorizada, mas não pôde sair do lugar, pois logo sentiu seus pés enraizados ao solo. Até tentou arrancá-los, mas só dava para mover os membros superiores. A dureza da madeira foi subindo aos poucos pelo seu corpo; quando tentou arrancar os cabelos, apenas folhas vinham em suas mãos. O seio materno começou a se enrijecer e o leite que a criança sugava parou de sair. Iole não podia fazer nada para interromper a metamorfose, então apenas abraçou o tronco que não parava de crescer. Quando o marido de Dríope e o pai apareceram, Iole apontou-lhes o que restara da irmã. Abraçaram o tronco e beijaram as flores. Só restava de Dríope o rosto, do qual escorriam lágrimas que caíam sobre as folhas. Enquanto era possível, ela falou que não era culpada, nem merecia tal destino, depois pediu que sempre levassem seu filho para ser nutrido sob seus ramos e brincar sob sua sombra. Dríope despediu-se da família e implorou que não deixassem que algum machado a ferisse, nem que rebanhos dilacerassem seus galhos. Também pediu para que ensinassem seu filho a ser cauteloso ao andar pelas margens dos rios e colher flores, lembrando-se de que cada arbusto pode ser uma deusa disfarçada.Mársias
A deusa Minerva inventou a flauta e começou a tocar o instrumento com grande beleza para todos os deuses e Cupido que era um deus muito brincalhão, começou a rir da estranha expressão que Minerva fazia enquanto tocava. Minerva ficou indignada com isso e jogou fora a sua flauta, atirando-a na terra.
Mársias achou a flauta de Minerva e começou a tocar tão deliciosamente que se atreveu a desafiar o deus Apolo para uma disputa musical. O deus Apolo venceu naturalmente, e castigou Mársias, esfolando-o vivo. O deus arrependeu-se depois,e quis "homenagear" o seu concorrente fazendo do sangue do sátiro nascer o rio Mársias.
Mársias achou a flauta de Minerva e começou a tocar tão deliciosamente que se atreveu a desafiar o deus Apolo para uma disputa musical. O deus Apolo venceu naturalmente, e castigou Mársias, esfolando-o vivo. O deus arrependeu-se depois,e quis "homenagear" o seu concorrente fazendo do sangue do sátiro nascer o rio Mársias.
Clície
Píramo e Tisbe
Esses jovens moravam em casas vizinhas, separadas por uma parede. Nessa parede havia uma fresta onde os apaixonados trocavam palavras de amor.
Tisbe chegou primeiro ao local e de repente uma leoa chegou bem próximo com a boca ensangüentada querendo se molhar na fonte. Tisbe correu e escondeu em uma gruta, deixando seu véu cair sobre a terra. A leoa viu o véu e o rasgou com os dentes ensangüentados.
Quando Píramo chegou e não achou Tisbe, viu as pegadas do felino e o véu de sua amada todo rasgado e ensangüentado, se desesperou e decidiu morrer por causa da amada, desembainhou sua espada e feriu o próprio coração.
Quando Tisbe retornou ao local se deparou com o amado morto, entendeu a situação e decidiu também morrer junto com ele. Ela também feriu o próprio peito com a espada. Segundo a mitologia, foi por causa do sangue dos apaixonados que foi derramado aos pés da amoreira que os deuses se comoveram e decidiram dar a cor vermelha às amoras
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sexta-feira, 9 de setembro de 2011
A lenda da Flor Dama da Noite
Fonte:encantodabruxa.blogspot.com
A Lenda do Girassol
A lua falava com a estrelinha que assim não podia ser, que estrela nasceu para brilhar de noite, para acompanhar a lua pelo céu, e que não tinha sentido este amor tão desmedido! Mas a estrelinha amava cada raio do sol como se fosse a única luz da sua vida, esquecia até a sua própria luzinha.
Um dia ela foi falar com o rei dos ventos para pedir a sua ajuda, pois queria ficar olhando o sol, sentindo o seu calor, eternamente, por todos os séculos. O rei do vento, cheio de brisas, disse à estrelinha que o seu sonho era impossível, a não ser que ela abandonasse o céu e fosse morar na Terra, deixando de ser estrela.
A estrelinha não pensou duas vezes: virou estrela cadente e caiu na terra, em forma de uma semente. O rei dos ventos plantou esta sementinha com todo o carinho, numa terra bem macia. E regou com as mais lindas chuvas da sua vida.
A sementinha virou planta. Cresceu sempre procurando ficar perto do sol. As suas pétalas foram se abrindo, girando devagarinho, seguindo o giro do sol no céu. E, assim, ficaram pintadas de dourado, da cor do sol.
É por isso que os girassóis até hoje explodem o seu amor em lindas pétalas amarelas.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
A Cidade Encantada de Jericoacoara
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Lenda do Milagre das rosas
Fonte: Infopédia.
domingo, 10 de julho de 2011
Gaia
Mãe geradora de todos os deuses e criadora do planeta. Nascida do Caos, foi a ordenadora do Cosmos, acabando assim com a desordem e a destruição em que aquele se encontrava, criando a harmonia.
Sozinha, gerou Urano (o Céu) e Pontos (o Mar); criou, do seu próprio corpo, montanhas, vales e planícies; fez nascer a água e deu origem aos seres vivos.
Ela gerou Urano, seu igual, com o desejo de ter alguém que a cobrisse completamente, e para que houvesse um lar eterno para os deuses "bem-aventurados".
Com Urano, Gaia gerou os 12 Titãs: Oceano, Céos, Crio, Hiperião, Jápeto, Téia, Reia, Têmis, Mnemosine, a coroada de ouro Febe, e a amada Tétis e, por fim, nasceu Cronos, o mais novo e mais terrível dos seus filhos, que odiava a luxúria do seu pai. Gerou ainda com Urano os Ciclopes e os Hecatônquiros (Gigantes de Cem Mãos).
Sendo Urano capaz de prever o futuro, temeu o poder de filhos tão grandes e poderosos e os encerrou novamente no útero de Gaia. Ela, que gemia com dores atrozes sem poder parir, chamou seus filhos Titãs e pediu auxílio para libertar os irmãos e se vingar do pai. Somente Cronos aceitou. Gaia então tirou do peito o aço e fez a foice dentada. Colocou-a na mão de Cronos e os escondeu. Urano, ao descer para se unir mais uma vez com a esposa, foi surpreendido por Cronos, que atacou-o e castrou-o, separando assim o Céu e a Terra. Do sangue de Urano derramado sobre Gaia, nasceram os Gigantes, as Eríneas e as Melíades.
Após a queda de Urano, Cronos subiu ao trono do mundo e libertou os irmãos. Mas vendo o quanto eram poderosos, também os temia e os aprisionou mais uma vez. Gaia, revoltada com o ato de tirania e intolerância do filho, tramou uma nova vingança
Quando Cronos se casou com Réia e passou a reger todo o universo, Urano lhe anunciou que um de seus filhos o destronaria. Ele então passou a devorar cada recém nascido por conselhos do pai. Mas Gaia ajudou Réia a salvar o filho que viria a ser Zeus. Réia então, em vez de entregar seu filho para Cronos devorar entregou-lhe uma pedra, e escondeu seu filho em uma caverna.
Já adulto, Zeus declarou guerra ao pai e aos demais Titãs com a ajuda de Gaia. E durante cem anos nenhum dos lados chegava ao triunfo. Gaia então foi até Zeus e prometeu que ele venceria e se tornaria rei do universo se descesse ao Tártaro e libertasse os três Ciclopes e os três Hecatônquiros.
Ouvindo os conselhos de Gaia, Zeus venceu Cronos, com a ajuda dos filhos libertos da Terra e se tornou o novo soberano do Universo. Todavia, Zeus realizou um acordo com os Hecatônquiros para que estes vigiassem os Titãs no fundo do Tártaro. Gaia pela terceira vez se revoltou e lançou mão de todas as suas armas para destronar Zeus.
Num primeiro momento, ela pariu incontáveis Andróginos, seres com quatro pernas e quatro braços que se ligavam por meio da coluna terminado em duas cabeças, além de possuir os órgãos genitais femininos e masculinos. Os Andróginos surgiam do chão em todos os quadrantes e escalavam o Olimpo com a inteção de destruir Zeus, mas, por conselhos de Têmis, ele e os demais deuses deveriam acertar os Andróginos na coluna, de modo a dividi-los exatamente ao meio. Assim feito, Zeus venceu.
Em uma outra oportunidade, Gaia produziu uma planta que ao ser comida poderia dar imortalidade aos Gigantes; todavia a planta necessitava de luz para crescer. Mas ao saber disto Zeus ordenou que Hélios, Selene, Eos e as Estrelas não subissem ao céu, e escondido nos véus de Nix, ele encontrou a planta e a destruiu. Mesmo assim Gaia incitou os Gigantes a colocarem as montanhas umas sobre as outras na intenção de subir o céu e invadir o Olimpo. Mas Zeus e os outros deuses venceram novamente.
Como última alternativa, enviou seu filho mais novo e o mais horrendo, Tifão para destruir os deuses e seus aliados, mas os deuses se uniram contra a terrivel criatura e depois de uma terrivel e sangrenta batalha, eles conseguem vencer o último filho de Gaia. Enfim, Gaia cedeu e concordou com Zeus que jamais voltaria a tramar contra seu governo. Dessa forma, ela foi recebida como uma deusa Olímpica.
sábado, 18 de junho de 2011
A Lenda do Barba Ruiva
Esta é uma lenda popular sobre a Lagoa de Paranaguá no Piauí, que por volta de 1830, já era conhecida. Conta-se que de tão pequena (a lagoa), era quase uma fonte e que cresceu por encanto. Vivia uma viúva muito pobre com três filhas. Certo dia, a sua filha mais nova adoeceu sem que ninguém conseguisse adivinhar o fato que produzira tal moléstia. Permaneceu triste e pensativa até que descobriu que esperava um menino de seu namorado que morrera, sem ter tido a oportunidade de levá-la ao altar. Chegando ao tempo de dar à luz ao bebê, a moça embrenhou-se nos matos, porém, arrependida, resolveu abandonar a criança. Deitou o filhinho em um tacho de cobre e colocou-o dentro da lagoa.O tacho afundou, mas foi trazido à tona pela Iara, que tremia de raiva e amaldiçoou a moça que chorava à beira da lagoa.
Enraivecida, a Iara provocou o crescimento das águas, que em uma enchente sem fim, alagavam, encharcavam e aumentavam sem cessar. Desde então, a lagoa tornou-se um lugar mágico, onde se ouvem estranhas vozes e observam-se luzes de origem desconhecida.Todos os que já se atreveram a morar às margens da lago, tiveram que fugir assustados, pois durante à noite, ouviam o choro de um bebê, procedente do fundo das águas, como que solicitando o peito da mãe para alimentar-se. Mas, com o passar dos anos, o choro cessou. Conta ainda a lenda, que às vezes surge das águas um ser humano que pela manhã é um menino, ao meio-dia um rapaz de barbas ruivas e, pela noite, um velho de barbas brancas. Dizem também que tem a pele alva, de estatura regular e cabelos avermelhados. Quando sai da água mostra as barbas, as unhas e os peitos cobertos de lodo e limo. Muita gente o viu e tem visto. Foge dos homens e procura as mulheres que vão bater roupa. Agarra-as só para abraçar e beijar. Depois, corre e pula na lagoa, desaparecendo. Nenhuma mulher bate roupa ou toma banho sozinha, com medo do barba ruiva. Se um Homem o encontra, fica desorientado. Mas o Barba Ruiva é inofensivo, pois não consta que fizesse mal a alguém. O Barba Ruiva, como ficou conhecido, é tido como filho de Iara, a Sereia. Pacífico, a entidade não fere e não maltrata ninguém e é tido como um duende bom. A sina à qual está preso, só terminará quando uma mulher atirar sobre sua cabeça algumas gotas de água benta e algumas contas de um rosário, para convertê-lo então, ao cristianismo.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
A Lenda da Orquídea
Como muitas flores, a orquídea tem uma lenda. Eis a encantadora história, como é contada nas terras da Indochina. Na cidade de Anam, existia uma jovem chamada Hoan-Lan, que divertia-se em fazer penar suas paixões aos seus numerosos adoradores. Por um sorriso, o jovem Kien-Fu tinha cinzelado o ouro mais fino e trabalhado com infinita paciência as mais lindas peças de jade. A ingrata, após se adornar com todos os presentes do nobre apaixonado, riu-se dele e o desprezou. Kien-Fu, desesperado, acabou com a própria vida atirando-se ao Rio Vermelho.
O pintor Nguyen-Ba conseguiu obter cores desconhecidas para pintar o retrato de sua amada. Esta, porém, depois de ter exibido para a satisfação de sua vaidade a magnífica pintura, desprezou o artista que desapareceu para sempre no mistério das selvas. Mai-Da, apaixonado também, quis patentear seu amor à jovem volúvel, inventando um perfume delicioso somente digno dos anjos. A ingrata perfumou-se e mandou pôr na rua o seu adorador que, nada mais aspirando na vida, se envenenou.
Cung-Le levou sua perseverança a incrustar nácar numa pulseira de ébano que foi recebida pela ingrata. O pobre endoideceu.
Mas o poderoso Deus das Cinco Flechas, que a tudo via e tudo ordenava, julgou que era o momento de castigar tanta maldade, fazendo a jovem volúvel apaixonar-se pelo formoso Mun-Cay. E desde então, Hoan-Lan sonhava no seu leito de nácar e sedas bordadas com seu adorado, cujo nome esvoaçava sobre seus lábios de carmim, como uma borboleta sobre a rosa. Ao despertar, descia à piscina, banhava-se e adornava-se com suas jóias mais preciosas para ver passar seu querido Mun-Cay, que apenas se dignava a levantar os olhos para ela. Nunca tinha considerado a formosa jovem, nem se interessado pela fama de beleza que tinha ardido à sua volta.
Os dias iam passando, e Mun-Cay não saía de sua indiferença cruel. Um dia, Hoan-Lan decidiu sair-lhe ao encontro e declarar-lhe paixão. Não me interessas, rapariga ! - disse ele. - És como todas as outras. Para mim não vales nada. Se fosses como aquela que eu amo... Esta sim, é uma deusa. Tu, mísera Hoan-Lan, com toda tua vaidade, não serves nem para atar-lhe as fitas das sandálias. E, com um sorriso desdenhoso, afastou-se.
Em meio de seu desespero, Hoan-Lan lembrou-se do Deus Todo Poderoso que vivia na montanha de Tan-Vien. Talvez ele pudesse lhe valer. Apesar da noite escura e chuvosa, a jovem dirigiu-se ao monte sagrado, onde residia sua última esperança. A entrada do templo subterrâneo era guardada por um terrível dragão. Suplicou-lhe a concessão de entrada e ao cabo de muitos pedidos conseguiu penetrar num extenso corredor, por entre serpentes horríveis que lhe babujavam os pés nus.
Quando chegou junto ao trono de ônix do poderoso gênio, prostrou-se e implorou:
Cura-me, que sofro horrorosamente. Amo Mun-Cay que me despreza.
É justo o castigo - respondeu o deus - Porque isso mesmo tens feito aos teus apaixonados.
Ó Todo Poderoso, tem dó de mim. Concede-me o amor de meu querido Mun-Cay. Sabes bem que não posso viver sem ele.
Vai-te daqui - rugiu o gênio - Nada conseguirás. O castigo que pesa sobre ti, foi imposto pelo Deus das Cinco Flechas, que tudo sabe. É justo que sofras. Saia do meu templo.
Á saída, Hoan-Lan encontrou-se com uma bruxa de pés de cabra.
Formosa jovem - disse-lhe a bruxa - sei que és muito desgraçada. Queres vingar-se de Mun-Cay? Vende-me a tua alma e juro-te que, embora Mun-Cay não te ame, não amará a outra mulher.
Hoan-Lan, voltou à sua casa, que lhe parecia um cárcere. Saía para os bosques a distrair sua pena, mas sempre em vão. Um dia, vendo ao longe seu adorado Mun-Cay, correu para ele e, quando se preparava para abraçá-lo, o jovem foi transformado numa árvore de ébano.
Neste momento apareceu a bruxa que, soltando uma gargalhada, lhe disse: -Desta maneira o teu amado não pode ser nunca de outra mulher.
Bruxa infame, exclamou chorando, a pobre Hoan-Lan - o que fizeste a meu adorado ? Devolva-me ou mate-me. Contratos são contratos - replicou a bruxa, rindo satanicamente. Cumpri o que prometi. Mun-Cay, embora nunca te ame, não amará a outra mulher. Prometi e cumpri. A tua alma me pertence.
Hoan-Lan, abraçada ao pé da árvore, clamava desesperadamente a seu tronco imóvel.
Perdoa-me, Mun-Cay. Tem para mim uma só palavra de amor, de indulgência e compaixão. Não vês como me arrasto aos seus pés, como te abraço, como sofro!
Mas a árvore nada respondia. A jovem ali ficou por muito tempo.
Uma manhã passou por ali um gênio que se compadeceu da sua dor. Acercando-se dela, pôs-lhe um dedo na testa e disse:
Mulher, procedeste muito mal. Foste volúvel até a crueldade e ingrata até a malvadez.
Procedeste muito mal. Mas tua dor purificou a tua alma. Estás perdoada e vais deixar de sofrer. Antes que a bruxa venha buscar a tua alma, vou transformar-te numa flor. Ficarás sendo, no entanto, uma flor esquisita e requintada, que dê a impressão do que foi a tua vida maldosa. Quem vir as tuas pétalas facilmente adivinhará o que foi o teu espírito, caprichoso, volúvel, cruel, e a tua preocupação constante pela elegância. Concedo-te um bem: não te separarás do bem que adoras e viverás da sua seiva, sempre parasita do teu amado.
Assim falou o poderoso gênio. E, quando falava, a túnica rósea de Hoan-Lan ia empalidecendo e tornando-se de uma delicada cor lilás. Os olhos da jovem brilharam como pontos de ouro e as suas carnes tomaram a tonalidade do nácar. Os seus formosos braços enrolaram-se na árvore na derradeira súplica.
E assim apareceu a primeira orquídea do mundo, segundo a lenda do Anam.
O pintor Nguyen-Ba conseguiu obter cores desconhecidas para pintar o retrato de sua amada. Esta, porém, depois de ter exibido para a satisfação de sua vaidade a magnífica pintura, desprezou o artista que desapareceu para sempre no mistério das selvas. Mai-Da, apaixonado também, quis patentear seu amor à jovem volúvel, inventando um perfume delicioso somente digno dos anjos. A ingrata perfumou-se e mandou pôr na rua o seu adorador que, nada mais aspirando na vida, se envenenou.
Cung-Le levou sua perseverança a incrustar nácar numa pulseira de ébano que foi recebida pela ingrata. O pobre endoideceu.
Mas o poderoso Deus das Cinco Flechas, que a tudo via e tudo ordenava, julgou que era o momento de castigar tanta maldade, fazendo a jovem volúvel apaixonar-se pelo formoso Mun-Cay. E desde então, Hoan-Lan sonhava no seu leito de nácar e sedas bordadas com seu adorado, cujo nome esvoaçava sobre seus lábios de carmim, como uma borboleta sobre a rosa. Ao despertar, descia à piscina, banhava-se e adornava-se com suas jóias mais preciosas para ver passar seu querido Mun-Cay, que apenas se dignava a levantar os olhos para ela. Nunca tinha considerado a formosa jovem, nem se interessado pela fama de beleza que tinha ardido à sua volta.
Os dias iam passando, e Mun-Cay não saía de sua indiferença cruel. Um dia, Hoan-Lan decidiu sair-lhe ao encontro e declarar-lhe paixão. Não me interessas, rapariga ! - disse ele. - És como todas as outras. Para mim não vales nada. Se fosses como aquela que eu amo... Esta sim, é uma deusa. Tu, mísera Hoan-Lan, com toda tua vaidade, não serves nem para atar-lhe as fitas das sandálias. E, com um sorriso desdenhoso, afastou-se.
Em meio de seu desespero, Hoan-Lan lembrou-se do Deus Todo Poderoso que vivia na montanha de Tan-Vien. Talvez ele pudesse lhe valer. Apesar da noite escura e chuvosa, a jovem dirigiu-se ao monte sagrado, onde residia sua última esperança. A entrada do templo subterrâneo era guardada por um terrível dragão. Suplicou-lhe a concessão de entrada e ao cabo de muitos pedidos conseguiu penetrar num extenso corredor, por entre serpentes horríveis que lhe babujavam os pés nus.
Quando chegou junto ao trono de ônix do poderoso gênio, prostrou-se e implorou:
Cura-me, que sofro horrorosamente. Amo Mun-Cay que me despreza.
É justo o castigo - respondeu o deus - Porque isso mesmo tens feito aos teus apaixonados.
Ó Todo Poderoso, tem dó de mim. Concede-me o amor de meu querido Mun-Cay. Sabes bem que não posso viver sem ele.
Vai-te daqui - rugiu o gênio - Nada conseguirás. O castigo que pesa sobre ti, foi imposto pelo Deus das Cinco Flechas, que tudo sabe. É justo que sofras. Saia do meu templo.
Á saída, Hoan-Lan encontrou-se com uma bruxa de pés de cabra.
Formosa jovem - disse-lhe a bruxa - sei que és muito desgraçada. Queres vingar-se de Mun-Cay? Vende-me a tua alma e juro-te que, embora Mun-Cay não te ame, não amará a outra mulher.
Hoan-Lan, voltou à sua casa, que lhe parecia um cárcere. Saía para os bosques a distrair sua pena, mas sempre em vão. Um dia, vendo ao longe seu adorado Mun-Cay, correu para ele e, quando se preparava para abraçá-lo, o jovem foi transformado numa árvore de ébano.
Neste momento apareceu a bruxa que, soltando uma gargalhada, lhe disse: -Desta maneira o teu amado não pode ser nunca de outra mulher.
Bruxa infame, exclamou chorando, a pobre Hoan-Lan - o que fizeste a meu adorado ? Devolva-me ou mate-me. Contratos são contratos - replicou a bruxa, rindo satanicamente. Cumpri o que prometi. Mun-Cay, embora nunca te ame, não amará a outra mulher. Prometi e cumpri. A tua alma me pertence.
Hoan-Lan, abraçada ao pé da árvore, clamava desesperadamente a seu tronco imóvel.
Perdoa-me, Mun-Cay. Tem para mim uma só palavra de amor, de indulgência e compaixão. Não vês como me arrasto aos seus pés, como te abraço, como sofro!
Mas a árvore nada respondia. A jovem ali ficou por muito tempo.
Uma manhã passou por ali um gênio que se compadeceu da sua dor. Acercando-se dela, pôs-lhe um dedo na testa e disse:
Mulher, procedeste muito mal. Foste volúvel até a crueldade e ingrata até a malvadez.
Procedeste muito mal. Mas tua dor purificou a tua alma. Estás perdoada e vais deixar de sofrer. Antes que a bruxa venha buscar a tua alma, vou transformar-te numa flor. Ficarás sendo, no entanto, uma flor esquisita e requintada, que dê a impressão do que foi a tua vida maldosa. Quem vir as tuas pétalas facilmente adivinhará o que foi o teu espírito, caprichoso, volúvel, cruel, e a tua preocupação constante pela elegância. Concedo-te um bem: não te separarás do bem que adoras e viverás da sua seiva, sempre parasita do teu amado.
Assim falou o poderoso gênio. E, quando falava, a túnica rósea de Hoan-Lan ia empalidecendo e tornando-se de uma delicada cor lilás. Os olhos da jovem brilharam como pontos de ouro e as suas carnes tomaram a tonalidade do nácar. Os seus formosos braços enrolaram-se na árvore na derradeira súplica.
E assim apareceu a primeira orquídea do mundo, segundo a lenda do Anam.
terça-feira, 31 de maio de 2011
A Toca do Estevão
Há muitos anos, ainda no tempo da escravidão, havia em Ilhabela entre tantos outros engenhos, o Engenho D'água, onde se desenrola esta estória que vamos contar: Estevão era um escravo trabalhador e servil. Era esperto, inteligente e queria aprender a ler e escrever. Como era muito querido pela "Sinhá", esta, às escondidas, ensinou-o a ler.
O capataz que sentia grande ciúme pelas atenções que eram dispensadas a Estevão pela "Sinhá" descobriu que o escravo sabia ler e escrever. Imediatamente contou ao "Sinhô" que mandou aprisionar Estevão. A prisão e os castigos dispensados a um escravo alfabetizado eram torturantes, muito mais do que os de um escravo comum. Um belo dia, Estevão fugiu do cativeiro, ajudado pela "Sinhá", que tinha como ama a mãe do próprio Estevão. Quando descobriram a fuga foram direto à "Sinha" e sua ama. Estas ao verem chegar o capataz, o "Sinhô" e os policiais, imediatamente tiveram uma idéia: ocultaram Estevão embaixo da longa e engomada saia da ama e negaram até o final, terem visto o escravo. Assim que os homens se foram, Estevão partiu ocultando-se em uma toca que fica logo acima do Engenho D' Água, e nunca mais o pegaram.Ainda hoje, quando passam perto dessa toca, os caçadores dizem ouvir os lamentos do escravo. Daí o nome "Toca do Estevão".
quarta-feira, 18 de maio de 2011
O Vaqueiro Misterioso
Esta lenda é muito comum por todo o interior do Brasil, principalmente nas localidades que tem fortes tradições no Ciclo do Gado. Esta Lenda relatada por muitos vaqueiros, o vaqueiro misterioso aparece de repente nas fazendas ou em regiões pastoris. Não se sabe ao certo de onde veio ou onde nasceu. O Vaqueiro Misterioso sempre aparece para participar das competições de derrubada de boi, corrida de argolinha, entre outras competições de montaria.
Ele sempre é descrito como um vaqueiro velho, está sempre vestido humildemente, com um gibão de couro surrado e chapéu de vaqueiro, encobrindo o seu olhar misterioso, e sua montaria é um cavalo velho com aparência cansada,quando participa das competições, sempre é o mais ágil, mais destro, mais afoito de todos os competidores. Ele, porém, recusa todas as honrarias. É sabedor de segredos infalíveis e quando alguém procura por ele para saber de onde ele veio ,ele acaba sumindo sem deixar nenhuma pista.
terça-feira, 17 de maio de 2011
A Lenda de Alamoa
As mães aconselhavam os filhos que não saíssem para passear nessas noites perigosas, pois a "malvada" Alamoa poderia enlouquecê-los de amor e matá-los de "terror". Aqueles que se deixassem enredar nessa teia de sedução.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Matinta Perera
Outra forma de descobrir a verdadeira identidade de uma Matinta é por meio de uma simpatia onde, à meia noite, se deve enterrar uma tesoura virgem aberta com uma chave e um terço sobrepostos. Garantem os caboclos que a Matinta não consegue se afastar do local.
Há os que dizem que já tiveram a infeliz experiência de se deparar com a visagem dentro do mato. A maioria a descreve como uma mulher velha com os cabelos completamente despenteados e que tem o corpo suspenso, flutuando no ar com os braços erguidos. Ao ver uma Matinta, dizem os experientes, não se consegue mover um músculo sequer. A pessoa fica tão assustada que fica completamente imóvel! Paralisada de pavor!
Dizem ainda que quando a Matinta Perera sente que sua morte está próxima, ela sai vagando pelas redondezas gritando bem alto "Quem quer? Quem quer?". Quem cair na besteira de responder, mesmo brincando, "eu quero!", fica com a maldição de virar Matinta. E assim o fado passa de pessoa para pessoa.
Fonte: Blog " Nossas Lendas Preferidas".
segunda-feira, 9 de maio de 2011
A Cobra Honorato
Com freqüência, Cobra Honorato vinha visitar a mãe na aldeia. Saia sempre no meio da noite e sob a luz do luar tirava seu couro de cobra e se transformava em um bonito rapaz. Ainda pela madrugada, antes do último canto do galo, Honorato entrava novamente dentro do seu couro de cobra e mergulhava de volta no rio, voltando a ser uma cobra. Já Maria Caninana era violenta e má. Afundava as embarcações, matava os náufragos, atacava os pescadores, feria os peixes, causava sérios prejuízos.
Muitos com pena de Honorato quiseram tentar desfazer o encanto, mas tinham medo quando o viam transformado em cobra.
Até que um dia um soldado, que fez amizade com Honorato enquanto estava transformado em homem, criou coragem e conseguiu quebrar o encanto. Após dar três gostas de leite na boca da cobra dormindo, deu-lhe uma machadada na cabeça.
A cobra se sacudiu e depois estirou-se no chão. Honorato saiu então de dentro do couro da cobra e ajudou o amigo soldado à queimar o mesmo. Assim o encanto foi quebrado, e Honorato viveu por muitos anos.
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