sexta-feira, 11 de maio de 2012

Lenda da cabeça de cuia

 

Durante as cheias, sempre à noite e mais freqüentemente às sextas-feiras, costuma aparecer nas águas dos rios Poti e Parnaíba, um monstro. Trata-se de um sujeito alto, magro, com longos cabelos caídos pela testa e cheios de lodo, a que chamam cabeça de cuia.
Dizem que, há muitos anos, em uma pequena aldeia do vilarejo denominado Poti Velho, vivia uma pequena família, cujo arrimo era um jovem pescador, a que alguns dão o nome de Crispim. Certo dia, o rapaz retornou da pesca muito aborrecido. À hora da refeição, composta de carne de vaca, pegou um enorme pedaço de osso e, a fim de tirar o tutano, bateu com ele na cabeça da velha mãe. A pobre senhora, indignada e enfurecida, rogou-lhe uma praga, amaldiçoando-o. O filho, com o coração tomado de remorso, pôs-se a correr como um louco e atirou-se às águas do rio Poti, desaparecendo.
Desde esse dia, o cabeça de cuia nada errante pelas águas dos dois rios, surgindo ora aqui, ora ali, na época das enchentes e nas noites de sexta-feira. Aparece de repente e agarra banhistas desavisados, principalmente crianças, arrastando-os para o fundo das águas. De sete em sete anos, devora uma moça chamada Maria. Após apoderar-se de sete Marias, seu encanto estará quebrado e ele retornará ao seu estado natural. Contam que sua mãe permanecerá viva até que o filho esteja livre de sua sina.
É o principal mito do estado do Piauí. A Prefeitura de Teresina instituiu, em 2003, o Dia do Cabeça de Cuia, a ser comemorado na última sexta-feira do mês de abril.

 
Monumento em homenagem ao cabeça de Cuia
Fonte: Jangada Brasil

Lenda da Cuca

 
A cuca é um dos principais elementos do folclore brasileiro, principalmente por causa da obra “Sítio do Pica-pau Amarelo”, de Monteiro Lobato, em que a Cuca é a principal vilã . É um ser mitológico que mete medo nas crianças causando pavor, sua aparência varia de lugar para lugar, algumas  pessoas diz que ela tem a forma de uma velha enrugada, corcunda,  cabeleira branca e com aspecto assustador,  outra forma é a de uma velha feia que tem forma de jacaré possuindo  uma voz assustadora. Ela só aparece à noite, sempre procurando por aquelas crianças que fazem pirraça e não querem ir dormir. Acredita-se que esta lenda tenha surgido na Espanha e Portugal, onde tem o nome de "Coca". Neste país, ela era representada por um dragão que havia sido morto por um santo. A figura aparecia principalmente nas procissões. A lenda teria chegado ao Brasil junto com os portugueses durante o período da colonização. A Cuca dorme uma noite a cada 7 anos, e quando fica brava dá um berro que dá pra ouvir à 10 léguas de distância. Pelo fato da Cuca praticamente não dormir, alguns adultos tentam amedrontar as crianças que resistem dormir, dizendo que se elas não dormirem, a Cuca irá pegá-las.
Existem muitas canções e versos sobre a cuca.

Ilustração de Marcos Jardim

Lenda do Capelobo

 

Esta Lenda é muito comum na Região dos Rios do Pará e também no Maranhão. O nome capelobo, também chamado cupelobo é a união de um nome de significado provavelmente indígena, onde cape (osso quebrado, torto ou aleijado) + lobo. O Capelobo pode aparecer com duas formas distintas: Forma de animal onde parece com uma anta, porém com características mais distintas, é mais rápido, apresenta um focinho mais parecido com o de um cão ou porco, e com longa grina, muito peludo e extremamente feio, sempre perambula pelos campos, especialmente em várzeas. Já na forma semi-humana, aparece com um corpo humano com focinho de tamanduá e corpo arredondado.
Costuma sair a noite , rondando as casas e acampamentos que ficam dentro das florestas, denuncia-se pelos gritos e tem o pé em forma de fundo de garrafa. Mata cães e gatos recém-nascidos para devorar. Encontrando bicho de grande porte ou caçador, rasga-lhe a carótida e bebe o sangue. Só pode ser morto com um ferimento no umbigo.

 

terça-feira, 8 de maio de 2012

Lenda do Açaí

 

Há muito tempo, quando ainda não existia a cidade de Belém do Pará, vivia no local uma tribo indígena. Nesta época os alimentos eram escassos e por este motivo o cacique tomou uma decisão muito cruel: resolveu que todas as crianças que nascessem a partir daquela data, seriam necessariamente sacrificadas, uma vez que não haveria alimento suficiente para todos.
Porém, Iaça, filha do Cacique, deu a luz a um lindo menino o qual não foi poupado da cruel decisão de seu avô.
A índia chorava todas as noites com saudades de seu filho, até que numa noite de lua cheia, a índia ouviu o choro de uma criança. O choro vinha da direção de uma bela palmeira. 


 
Quando a índia chegou ao local, seu filho a esperava de braços abertos. Radiante de alegria, Iaça correu para abraçá-lo, mas quando o fez, a criança misteriosamente desapareceu. No dia seguinte, a índia foi encontrada morta, abraçada ao tronco da palmeira. Seu rosto trazia um suave sorriso de felicidade e seus olhos negros, ainda abertos, fitavam o alto da palmeira que estava carregada de frutinhos escuros.
Então, o Cacique mandou que apanhassem os frutinhos e percebeu que deles poderia se extrair um suco quando amassados, que passou a ser a principal fonte de alimento daquela tribo. Este achado fez com que o Cacique suspendesse os sacrifícios e as crianças voltaram a nascer livremente, pois a alimentação já não era mais problema na tribo.
Em agradecimento ao deus Tupã e em homenagem a sua filha, o Cacique deu o nome de Açaí aos frutinhos encontrados na palmeira, que é justamente o nome de Iaça invertido.