quinta-feira, 1 de julho de 2010

Rainha Hatshepsut

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Hatshepsut foi uma grande esposa real, regente e Faraó do antigo Egito. Viveu no começo do século XV a.C, pertencendo à XVIII do Império Novo. O seu reinado, de cerca de vinte e dois anos, corresponde a uma era de prosperidade económica e relativo clima de paz. Hatshepsut nasceu em Tebas. Era a filha mais velha do rei TutmésI (Tutmósis I) e da rainha Ahmose. Quando o seu pai morreu Hatshepsut teria cerca de quinze anos (para alguns egpitólogos teria vinte anos). Casou com seu meio-irmão, TutmésII seguindo um costume que existia no Antigo egito que consistia em membros da família real casarem entre si. Após a morte de Tutmés II, cujo reinado é pouco conhecido, o sobrinho de Hatshepsut, Tutmés III era ainda uma criança que não estava apta a governar. Por esta razão Hatchepsut, na qualidade de grande esposa real do rei Tutmés II, assumiu o poder como regente na menoridade de Tutmés III. Mais tarde, Hatchepsut decidiu assumir a dignidade de faraó. No Antigo Egipto os anos eram contados a partir da ascensão de uma novo soberano ao poder. Hatchepsut não seguiu esta tradição, tendo preferido inserir-se nos anos de Tutmés III. No ano 7, Hatchepsut deixa de ser rainha, assumido os cinco nomes que estavam reservados aos faraós. Para legitimar a sua posição, Hatchepsut, junto com os membros do clero de Amon recorreu a um relato que fazia de si filha do deus Amon-Rá (teogamia. Nas paredes do templo funerário de Hatchepsut, em Deir el-Bahari está representado o episódio que relata a concepção e nascimento da rainha-faraó. A mãe de Hatchepsut, Ahmose, encontra-se no palácio real. O deus Amon-Ra observa-a e, depois de consultar um conselho composto por doze divindades, decide que chegou a altura de gerar um novo faraó. O deus toma a aparência do rei Tutmés I, encontrando-a no quarto adormecida. A rainha acorda ao sentir o perfume que emana do corpo do esposo e o Deus Amon-Rá se mostra em toda sua plenitude, Ahmose, cai aos prantos em emoção pela grandiosidade do Deus. O casal une-se sexualmente e depois Amon-Rá informa que a filha que nascerá da união dos dois, governará o Egito em todas as esferas de poder do palácio. Apesar de não concordarem, os sacerdotes foram obrigados a legitimar a história, pois viviam bem e com muitas mordomias, principalmente por causa das doações que a rainha fazia a eles. Acreditaram que se o Deus Amon não ficasse satisfeito com as decisões da rainha, o Egito sofreria com pragas e colheitas ruins, e então eles poderiam agir. Mas parece que Amon-Rá estava de acordo com as idéias de Hatshepsut, pois ela governou em um período de muita properidade e tranquilidade. Após sua morte, aos 37 anos e com 22 anos de reinado, Tutmés III subiu ao trono do Egito. O governo de Hatchepsut é habitualmente apresentado como correspondendo a uma era de paz, mas esta imagem tem sido relativizada por alguns investigadores. Pelo menos duas campanhas militares foram conduzidas durante o seu reinado, uma das quais à Núbia a qual talvez tenha sido liderada pela própria Hatchepsut. Hatchepsut conservou alguns servidores do tempo do seu pai Tutmés I. Dois homens ficaram conhecidos como os ministros mais importantes da rainha:Hapuseneb e Senemut O primeiro era o sumo sacerdote de Amon, tendo dirigido os vários trabalhos de construção ordenados por Hatchepsut, em particular os que tiveram lugar na cidade de Tebas. Senemut, um oficial do exército de origem modesta, é por vezes visto como companheiro de Hatchepsut, que não casou enquanto foi faraó. Foi chefe do conselho da rainha e preceptor da filha de Hatchepsut, a princesa Neferuré, com a qual surge representado em várias "estátuas-cubo" (estátuas nas quais apenas a cabeça emerge de um bloco de pedra). Nos baixos-relevos do templo de Deir e-Bahari ficou representada a expedição à região do Punt. Esta terra, que se julga corresponder à algures na costa da Sómalia era conhecida pelas suas riquezas, como a mirra, o incenso, o ébano, o marfim e os animais exóticos. A expedição parece ter sido pacífica, tendo os egípcios trocado os bens que desejavam por armas e jóias. Nas paredes do templo é possível ver as cenas que mostram cinco barcos a partir para o Punt seguindo a rota do Mar Vermelho.. São calorosamente recebidos pelo rei local, Pa-Rahu, e a sua esposa, Ity, representada como uma senhora obesa. Depois de um banquete, os barcos foram carregados com os produtos. As representações mostram árvores de incenso, que teriam sido plantadas no recinto do templo de Deir e-Bahari.

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No Templo de Hatshepsut (Deir-el-Bahari), existem retratos do seu dia-a-dia mostrando a rainha como uma figura obesa, algo não convencional para a arte egípcia Alguns estudiosos acreditam que a rainha foi realmente obesa, outros acreditam que seja uma figuração de "matriarcal". Ainda existem representações de Hatchepsut como uma mulher sem seios e barbada. Alguns historiadores acreditam que estas representações de Hatchepsut são representações feitas por ordem da rainha para ausentar sua figura de fragilidade (ausência dos seios) e a barba para representar o poder. Hatchepsut foi substituída por Tutmés III, que durante seu reinado apagou diversos traços de sua co-regente como bustos, afrescos e interrompeu algumas de suas obras quando assumiu o poder.
A segunda maior descoberta arqueológica da História referente ao Antigo Egito, foi a descoberta da múmia da rainha Hatshepsut. Para identificar a múmia da rainha egípcia, os arqueólogos, chefiados por Zahi Hawass, utilizaram amostras de DNA e um dente encontrado numa caixa de relíquias. Segundos os pesquisadores, o dente tem o nome de Hatshepsut gravado e se encaixa perfeitamente num espaço encontrado na mandíbula da múmia. O cadáver embalsamado da rainha foi encontrado no Vale dos Reis em 1903, local onde foram construídos túmulos para os reis do Egito antigo. Mas a múmia permaneceu no local sem identificação até quando foi levada ao Museu Egípcio do Cairo para testes. A múmia mostra uma mulher obesa, que morreu com mais de 50 anos e que provavelmente teve diabete e câncer no fígado. A mão esquerda repousa sobre o peito, sinal da realeza que governou o Egito antigo. O estudo foi financiado pelo canal de TV americano, Discovery Channel, que transmitiu o documentário sobre essa descoberta em 2007.

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Hatshepsut é uma das rainhas mais famosas do Egito do tempo dos faraós Foto: AP
Múmia de Hatshepust



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