quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A Maldição de Tutankamon

“A morte abaterá com suas asas quem perturbar o sono do faraó”Estas são as palavras esculpidas na entrada da tumba de Tutankamon. Aparentemente lenda ou não, uma estranha sucessão de acontecimentos fez com que os 'fellahs', ou operários das escavações, cuja mentalidade era muito mais supersticiosa que a européia, acreditassem com maior afinco em suposta maldição. Howard Carter havia trazido um canário durante o período das escavações em sinal de boa sorte. Alguns dias depois do descobrimento da tumba, o ajudante de Carter se aproximou da cabana onde havia ficado a gaiola e ficou horrorizado ao ver que uma cobra a havia aberto e estava devorando a ave. A história correu imediatamente e os operários consideraram tal incidente como mau presságio, uma advertência de todas as desgraças que ainda estavam por acontecer, já que, segundo considerava a antiga tradição egípcia, a deusa cobra "Wadjet" que protegia a realeza se encarregaria de se vingar dos inimigos do faraó. Porém o primeiro acontecimento que ultrapassou as fronteiras internacionais foi a morte de lorde Carnavaron. Dias antes da abertura dos sarcófagos e logo após o descobrimento da múmia de Tutamkamon, Carnavaron "foi picado por um mosquito", e após seis semanas de intensas febres e piora contínua, faleceu em 6 de abril de 1923, às duas da madrugada, quando tinha 57 anos de idade. Com a morte de lorde Carnavaron, o mecenas de tal escavação, as circunstâncias não poderiam ser mais mórbidas. A notícia se propagou com a mesma rapidez e interesse que o achado do tesouro, dando margem ao surgimento das mais alarmantes histórias sobre a desatada maldição de Tutamkamon contra todos aqueles que haviam ousado perturbar o descando do faraó, profanar a tumba e manipular seus bens guardados. Momentos antes de sua morte, Carnavaron, agonizando em seu leito, delirava com a figura de Tutankamon. Em um instante de aparente lucidez disse: "Tudo terminou para mim. Ouvi o chamado e me preparo...". Subitamente depois houve um apagão generalizado em todo Cairo - incluindo no quarto do Hotel Continental onde jazia -, e nesse exato instante faleceu. A companhia de energia elétrica não encontrou razão que explicasse aquele apagão, apesar de tais cortes na energia serem normais. A suposta maldição não só acabava de fazer sua primeira vitima humana, como também, no mesmo instante que expirava Carnavaron, na biblioteca do Castillo de Highclere, residência habitual do conde da Inglaterra, falecia tambem sua fox terrier: Susie. O magnata ferroviário norte-americano George Jay Gould viajou até o Egito para conhecer o fabuloso achado da tumba, que segundo rumores, havia sido o motivo da morte de seu amigo bom amigo Carnavaron. Um dia depois de visitar o lugar, teve uma febre muito alta e faleceu na mesma noite. O mesmo aconteceu a outro convidadado de destaque, o industrial inglês Joel Woolf, que tambem visitou a tumba. Durante sua viagem de regresso a Londres, adoeceu no barco e morreu antes de chegar a Inglaterra. Em 1924 o governo egípcio encarregou o radiologista ingles Archibald Douglas Reid de radiografar a mumia de Tutankamon. Um dia depois de haver realizado o trabalho, e durante sua viagem de regresso a Londres, começou a se sentir mal, falecendo poucos dias depois enquanto radiografava outra múmia. Por outro lado, Douglas Derry, professor de anatomia da universadade do Cairo, realizador da primeira autópsia na mumia do faraó, sofreu um ataque do coração em 1925; o mesmo que aconteceu ao diretor do departamento de quimica da Universidade e especialista em impressão de selos, Alfred Lucas, ainda que nenhum dos dois tenha falecido em consequência dos infartos. Três anos mais tarde, o arqueologo Arthur C. Mace, que havia colaborado com Howard Carter na abertura da camara sepulcral e ajudado a realizar as pesquisas, morreu em consequencia de febres cuja causa ninguem soube diagnosticar. Tambem no decorrer do mesmo ano de 1928 falecia um amigo pessoal de Carter, o arqueôlogo norte-americano e professor da universidade de Chicago, James Henry Breasted, de um repentino e violento colapso respiratório pouco tempo depois de visitar a tumba. Com os anos a lenda ganhava força. Cada vez que alguem tinha sua morte associada ao descobrimento, repercutia na imprensa mundial. Desse modo, um jornal alemão deu a noticia de informe telegráfico inglês que dizia: "Hoje, lorde Westbury, homem de setenta e oito anos, atirou-se, do setimo andar, pela janela de seu apartamento em Londres e morreu instantaneamente. O filho de lorde Westbury, Richard Bethell, que na época participou como secretário do pesquisador Carter na escavação da tumba de Tutankamon, tambem foi encontrado morto em sua casa, apesar de na noite anterior haver ido se deitar completamente suadavel. Não foi possível descobrir a causa de sua morte". Um ano antes da estranha morte de lorde Westbury, em fevereiro de 1929, falecia madame Elisabeth Carnavaron, curiosamente também por "picada de inseto". Meses antes, outro membro da família, Audrey Herbert, meio-irmão de Carnavaron, deixou este mundo em consequência de um "suicídio provocado durante um ataque de loucura".


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