Conta a lenda que um velho guerreiro guarani vivia triste em sua cabana pois já não podia mais sair para as
guerras, nem mesmo para caçar e pescar, vivendo só com sua linda filha Yari, que o tratava com muito carinho,
conservando-se solteira para melhor dedicar-se ao pai.
Um dia, Yari e seu pai receberam a visita de um viajante que pernoitou na cabana recebendo seus melhores tratos. A jovem
cantou para que o visitante adormecesse e tivesse um sono tranqüilo, entoando um canto suave e triste.
Ao amanhecer, o viajante confessando ser enviado de Tupã, quis retribuir-lhes a hospitalidade dizendo que atenderia a
qualquer desejo, mesmo o mais remoto. O velho guerreiro, sabendo que sua jovem filha não se casara para não abandoná-lo,
pediu que lhe fosse devolvidas as forças, para que yari se tornasse livre.
O mensageiro de Tupã entregou ao velho um galho de árvore de Caá, ensinando-lhe a preparar uma infusão que lhe devolveria
todo o vigor. E como
prêmio pela generosidade de sua acolhida, tornou imortal sua filha Yari.
E assim, a jovem guarani, foi transformada na árvore
de erva-mate, Caá-yari que desde então existe e por mais que a cortem,
sua folhagem volta a brotar e a florir sempre mais vigorosa, permanecendo
eternamente jovem. Caá-Yari tornou-se a deusa dos ervais protegendo
suas selvas, favorecendo os ervateiros, abreviando seus caminhos, diminuindo-lhes
o peso dos feixes e mitigando-lhes a árdua e cansativa jornada
de trabalho nos ervais.
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